Se perguntar a um cego se quer ver, a resposta é sim, com certeza. Mas na vida, as certezas são poucas, ou nenhumas.
Quando pensei em escrever um texto, que para mim é uma tarefa árdua, devido à ausência de jeito para a escrita, tive dúvidas quanto a este propósito. Mas a noite ajuda, e a certeza da necessidade de exprimir no papel os meus sentimentos prevaleceu.
O desafio está lançado.
Procuro agora a alma. "É Natal". Não quero pensar nos meus entes queridos que já partiram. Época alegre e triste, quadra de lágrimas e sorrisos, de actos eufóricos e de desânimo. Queria que nunca existisse este tempo de alegria que me põe triste. Recordações de amor e ódio, de amor platónico com frases possuídas de eufemismo. Quando a vida caminha ao lado da morte, os passos são dados com dor e sofrimento. A tristeza e a saudade, ao lembrar os dias felizes de outrora. O olhar que vagueia, o sorriso que mente, os lábios que traem, dão-me a certeza que não importa como vive a alma, o coração. O Natal existe. E, se algum dia tiver dúvidas, perguntarei a um cego se quer ver. Então, esquecerei os meus fantasmas, o meu coração encontrará a paz que “Aquele Menino” veio anunciar. Sentirei o amor que me rodeia, e, perceberei o sentido de Natal, a certeza da dúvida.
Rita Sousa
(RVC NS)
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