A manhã iniciou-se com a Drª Patrícia Ávila, com a comunicação “Competências para a vida – a literacia dos adultos”, tendo a mesma começado por referir a necessidade de desenvolver cada vez mais a literacia, visto que a evolução tecnológica é contínua. Referiu também que as competências em literacia variam consoante as habilitações escolares de cada indivíduo. Para além disso, notou que existem vários níveis de literacia dentro das habilitações escolares dos indivíduos e disse que, por exemplo, indivíduos com o nível de B2 têm, por vezes, níveis de literacia elevados (nível 4), enquanto que também existe uma percentagem significativa de adultos com o ensino superior (15%) mas com índices de literacia baixos (nível 2). Reforçou que a prática da leitura e da escrita de forma quotidiana consolida as competências, evitando a regressão nos conhecimentos. Concordou também que os contextos propiciam muito o desenvolvimento das práticas. Finalmente, apresentou as conclusões dos estudos realizados sobre os processos RVCC e EFA, dizendo que os mesmos tiveram um impacto limitado a nível dos trajectos profissionais; um forte impacto a nível da auto-imagem dos projectos pessoais e um impacto variável nas práticas de literacia quotidianas, como por exemplo em contexto familiar, pois os adultos saíram destes processos com a auto-confiança renovada para desenvolver as competências de literacia.
Seguidamente, a Drª Lourdes Mata fez uma apresentação subordinada ao tema “Literacia familiar e desenvolvimento de competências de literacia”, salientando que quanto maior for a diversidade de práticas por parte dos pais, maior será também a literacia destas mesmas crianças, não só desenvolvendo práticas formais de literacia familiar mas também informais.
A intervenção da Drª Carolina Cardoso centrou-se no tema “Processo RVCC – mudanças e práticas de literacia em contexto familiar”, sublinhando, desde logo, o facto de ser indispensável uma promoção de literacia familiar para haver um maior sucesso escolar das crianças. A Drª Carolina Cardoso apresentou os resultados de um estudo feito com 40 adultos com filhos no 1ºciclo do ensino básico, nomeadamente no que concerne às práticas que contribuíam para a literacia familiar. Sublinhou o facto de que o processo de RVCC veio transformar muitos adultos, nomeadamente, a serem mais eficazes e mais auto-confiantes, o que contribuiu para o desenvolvimento intensivo das práticas de literacia familiar, pois estes mesmos adultos passaram a relacionar-se de forma diferente (com mais qualidade e mais vontade) com a leitura e a escrita. Concluiu com o facto de as mães, que participaram nestes processos de RVCC, terem percepcionado maiores mudanças nas suas práticas de literacia após a frequência neste processo.
Em resposta a algumas questões lançadas pelo público, a DrªMaria do Carmo Gomes informou que todos estes estudos estarão disponíveis para consulta na rede do CNO, no site da ANQ. Para além disso, referiu também que os cursos de alfabetização se iriam extinguir para darem lugar à Programação de formação em competências básicas (a partir do ano de 2012), no IEFP, com 300 horas de formação total, contemplando áreas como: a leitura, escrita e cálculo e também as TIC, valorizando sempre as competências já adquiridas pelos formandos. Concluiu a sua intervenção dizendo que não deveria haver módulos de formação para responder às necessidades de adultos com dificuldades em áreas como a Linguagem e Comunicação, pois assim iria perverter a filosofia do processo de RVCC que existe para validar as competências adquiridas. Sublinhou no entanto que os formadores de Linguagem e Comunicação e de CLC poderiam utilizar o projecto Novas Oportunidades Ler + para poder enriquecer cada vez mais as práticas de literacia dos adultos.
T.G.
*Este Encontro foi promovido pela Escola Superior de Educação de Coimbra - Instituto Politécnico de Coimbra, instituição com vasta experiência de Formação de Professores do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico e de Educadores de Infância.
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